29 de outubro de 2009

tired of this poem


Atribulada.
Estridente.
Irritada.
Descontente.
Envolvo-me em uma câmara de
Sentimentos flutuantes
E sinto submergir;
O ar falta, as bolhas
D’água estouram gentilmente
Em meu ouvido,
E ouço a melhor parte de mim
Calar-se num silêncio
Desesperador.

Por vezes tento nadar,
Mas é estreito demais;
Tantas outras tento subir,
Mas algo me puxa para trás.
Olho para cima e vejo pessoas
Passando com suas vidas em coleiras
E sinto as pálpebras pesarem,

 Desejando ter guelras
Para eternizar-me aqui:
Sufocante, agonizante, fluido;
Contudo, preferi-lo-ei
A emergir e ter certeza de que novamente
 Fugi

Do cotidiano, fútil e tributável
(caro Pessoa, isto também me arrasta);
Não quero máscaras de oxigênio
- a realidade para mim já basta.

Ergo-me à altura da dignidade,
Porém minha coluna transpõe
As hierarquias verticais
Que circundam a cidade
Sob a qual permanecerei.
Afogar-me-ei na superfície?
Jamais...

16 de setembro de 2009

La Noyée


Seu mundo era um sonho;
Tela branca e colorida
Tracejado com anilina.
Na água, tão solúvel...
Tão efêmera menina!
Com o tempo diluiu-se
A ponto de desaparecer;
E desapareceu
Pra ninguém lembrar
De algum dia esquecer...

Tão belas aos olhos
Tais cores infinitas!
Eram prismas
Da minha íris,
Colorful, dolce vita!
Mas Chronos devorou-a
Em sua tênue inocência...
Comprimida no êmbolo
Da sociedade,
Sublevou-se a indecência;
Misturando línguas,
Perdendo memórias,
Viagens contíguas,
Apenas histórias
Para sempre guardar...
Guardaram-na sempre
Na lembrança que
Hoje há de faltar.

10 de junho de 2009

Níveas reminiscências


O ponteiro gira, a gota d’água cai;
O lábio estremece, a pele arrepia;
O sonho se esvai e nasce novo dia.
 

É frio. Há névoa, há vento, há paz;
Paz fluida, paz sóbria. Há silêncio.
 As folhas com orvalho movem-se
Continua e sinuosamente, sem direção,
Contudo permanecem ali.
Julho move-se continua e sinuosamente,
Avisando Perséfone que
Não sofri.

Aspiro conquistas e ar úmido;
Aqueço o refúgio dos corações solitários
Ao toque da mão alva sobre caneta,
Ao toque da ponta prata no papel;
Os dedos são frios, os sentimentos cálidos;
Versos níveos, sonho válido.

Aurora boreal, clareia minha sonolenta existência;
As idéias giram, as estrelas caem;
A coruja estremece, a cotovia pia;
A madrugada se esvai e nasce nova poesia.

11 de fevereiro de 2009

Primeiro post


Olá! Seja bem-vindo ao meu blog, Purple Handkerchief. Sou Gi Lahude, escritora em tempo livre e consumidora voraz de livros. Gosto de ler e escrever desde criança, bebê até. Lembro que meus pais ficavam no corredor à noite segurando uma placa branca gigante, na qual estavam escritas, em letras extremamente grandes e vermelhas, palavras e frases, tipo "MAMÃE. ONDE ELA ESTÁ?", "ESTE É O PAPAI." e "VOCÊ É A GIGI. APONTE ONDE VOCÊ ESTÁ.". Certa vez, perguntaram a mim quem eu era e apontei para a privada! =D Certo, eles queriam me dar uma orientação geográfica, pessoal e ainda me fazer ler com 2 anos. Eu devia ter cara de superdotada, certamente. :)
Bom, mudando de assunto, espero que você goste do conteúdo do blog. E já vou adiantando: não costumo postar de hora em hora. Espero a inspiração vir, e olha que ela demooora... não quero pôr qualquer coisa, apesar de, muitas vezes, a inspiração não vir completa e o texto ficar middle mouth.

Well,
that's all!

Obrigado por estar visitando o blog e volte sempre. :)

¿Quién eres tú?

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Para mim, autenticidade é arte. Para tanto, precisa ser esculpida ao decorrer dos anos. A escrita pode ser considerada uma forma de revelar traços autênticos de valores e idéias que, gradualmente, se aperfeiçoa. :) "Authenticity is the degree to which one is true to one's own personality, spirit, or character, despite the pressures."